13 de fevereiro de 2008

OS CRISTÃOS BEREANOS: UM EXEMPLO A SER SEGUIDO


No livro de Atos dos Apóstolos temos um precioso exemplo de um grupo de cristãos que demonstra o máximo de cuidado que devemos ter com os ditos ensinos bíblicos que lemos nos livros ou ouvimos nas igrejas.
Lucas, em sua narrativa histórica no livro de Atos, registra seu elogio aos novos cristãos da cidade de Beréia, pois eles examinavam tudo o que ouviam, comparando com os ensinamentos das Escrituras Veterotestamentárias: "Ora, estes foram mais nobres que os de Tessalônica, pois de bom grado receberam a Palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim" (Atos 17: 11).
De fato, aqueles novos cristãos eram zelosos para ouvir aquilo que o Apóstolo Paulo tinha a lhes dizer e, desta forma, encontravam-se com ele todos os dias e não meramente aos sábados ou domingos. Além disto, examinavam as Escrituras com avidez, ao lado de Paulo, para verificar a exatidão do seu testemunho.
Aqueles irmãos judeus não tinham preconceitos e nem eram incrédulos como os de Tessalônica. Antes, ao contrário, provaram que possuíam uma mente aberta (mais nobre) para receber e comparar os ensinos do Apóstolo Paulo com os ensinos do Velho Testamento, a fim de verificar se eram ou não verdadeiros.
Por outro lado, aqueles novos cristãos não aceitavam sem pensamento e exame crítico aquilo que Paulo dizia, mas, sim, eles mesmos examinavam as Escrituras para averiguarem se era sólido o argumento que ele lhes transmitia. Não se trata aqui de uma resposta meramente emocional ao Evangelho, mas, sim, de uma resposta baseada na convicção intelectual.

De forma que, a grande lição que aprendemos aqui é que faz-se imprescindível que o cristão esteja constantemente em comunhão com Deus, pedindo-lhe discernimento e estudando diariamente a Bíblia, para que não se deixe levar por falsas doutrinas, que são preceitos dos homens, elaboradas, via de regra, com base em revelações, visões, profecias ou interpretações pessoais das Escrituras, carregando os cristãos com ordenanças, tais como: Não toques isso, não proves aquilo, não manuseies aquilo outro. Ora, todas essas proibições têm a ver com coisas que se tornam inúteis com o decorrer do tempo, pois são apenas regras e ensinamentos que as pessoas inventam. São preceitos e doutrinas dos homens, as quais têm apenas aparência de sabedoria, mas não tem nenhum poder contra a sensualidade.

Portanto, nenhuma interpretação bíblica ou doutrina deve ser aceita sem um acurado exame crítico. Muito pelo contrário, tudo deve ser examinado cuidadosamente mediante o estudo das Escrituras, pois, como bem expressou o Apóstolo Pedro, "...nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação" (II Pd. 1:20).

Devemos ser humildes o suficiente para aceitarmos que, às vezes, necessitamos que outras pessoas mais experientes podem ajudar-nos, ainda que por meio de seus livros e escritos, a compreender melhor a Bíblia.

John Stott afirma que "a igreja é a comunidade hermenêutica. É ali onde Deus quer que sua Palavra seja interpretada. Podemos ajudar-nos uns aos outros a entendê-la, especialmente quando temos dificuldades de fundos culturais. Todos somos, em alguma medida, prisioneiros de nossa própria cultura e isso nos faz cegos para algumas coisas. Quanto mais variada é a integração de um grupo de estudo bíblico, melhor" (Sinais de uma Igreja Viva, p. 32).

Se lermos a Bíblia com um conceito prévio da doutrina que queremos encontrar, é quase certo que a encontraremos. Todavia, não será Deus se comunicando conosco. O Espírito Santo pode nos dar discernimento espiritual quando lemos as Escrituras, mas somente quando deixamos de lado nossos pré-juízos teológicos.

Permitamos a Deus derrubar as nossas defesas, para que a sua Palavra nos desafie e nos transforme.

Um comentário:

Unknown disse...

Ola graca e paz vc tem uma igreja bereana...